quinta-feira, 25 de março de 2010

Oi amplia pagamentos via celular

Ana Luiza Mahlmeister, de São Paulo
25/03/2010

No terceiro trimestre deste ano a Oi Paggo, divisão financeira da operadora de telefonia celular Oi, anuncia dois novos produtos voltados ao pagamento móvel: o Oi Paggo Débito e o Oi Paggo Recarga que completam a oferta do serviço de crédito para micropagamentos. A Oi Paggo está presente em 20 municípios, a maioria no Nordeste e em Belo Horizonte, e tem 75 mil lojistas cadastrados. São pequenas lojas, feirantes e taxistas que aceitam o pagamento via celular para um crédito pré-pago pelos assinantes. A operadora não divulga o volume de transações realizadas no ano passado e por enquanto não tem previsão de ampliar o número de municípios atendidos. "Nosso foco é o público não bancarizado, por isso não pretendemos concorrer com empresas de cartão de crédito em praças como Rio e São Paulo", afirma o diretor da Oi Paggo, Eduardo Neubern.

A empresa faz a interface do cliente com a loja, aprova a compra e faz o processamento da transação. O Oi Paggo funciona como um cartão de crédito no celular permitindo que o assinante pague em lojas credenciadas. O lojista manda um torpedo para a Oi Paggo que aprova a compra e pede uma senha para o assinante que recebe a aprovação também via torpedo. A Oi fica com 3% do valor da compra e o lojista não precisa de terminal POS.

Como a aplicação mais popular é a recarga do celular pré-pago, a Oi vai lançar o Oi Paggo Recarga que permite carregar dinheiro no celular para pagar minutos para seu número ou transferir esse crédito para outros assinantes.

Já o Paggo Débito é voltado para o público sem cartão de crédito. O cliente deposita um determinado valor em dinheiro e pode fazer compras com esse montante. Outro projeto da Oi é lançar um produto para transferências de valores entre clientes via celular.

Pesquisa realizada pela Acision e Teleco (Mavam- Monitor Acision de VAS) apresentada nesta quarta-feira, em São Paulo, aponta que os serviços de valor agregado (VAS) representam em média 14% da receita das operadoras brasileiras. Desse montante 2% são relacionados de alguma forma ao banco móvel e pagamento móvel. Segundo a pesquisa, esse percentual movimentou valores próximos a R$ 200 milhões no ano passado com previsão de crescimento de 50% até 2012.

Para as operadoras que atuam nesse segmento há diversos modelos de negócios. É possível firmar parcerias com grandes bancos e financeiras, a exemplo da DoComo que comprou uma participação de 50% em uma financeira no Japão. Os bancos podem se transformar em operadoras móveis virtuais para se aproximar dos clientes. No caso de países pouco bancarizados, como o Quênia, a operadora Safaricon, do grupo Vodafone, oferece serviços de transferência de valores atendendo o público que não tem conta corrente.

No Brasil há diversos projetos como o do Banco do Brasil para consulta e transferências, e pilotos como o do Itaú com a Vivo para crédito. A Claro firmou uma parceira com o Bradesco e a Visa para permitir o pagamento por meio do sistema NFC (Near Feald Communication) feito por aproximação do celular em um terminal do lojista.

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