quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Internet facilita ação dos criminosos

Internet facilita ação dos criminosos

De São Paulo
04/02/2010

Há algum tempo a internet passou a ser o maior concorrente das banquinhas de ambulantes. No ano passado, a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), apoiada pela Polícia Federal, conseguiu fechar 313 sites de venda de produtos ilegais. Também foram retirados da web 19,3 mil anúncios de sistemas piratas.

Não bastasse o rombo financeiro que a venda ilegal dos sistemas tem acarretado aos pequenos fabricantes de software, a pirataria também vem ajudando a prejudicar a imagem dessas empresas. Em uma pesquisa on-line feita recentemente, o diretor de marketing da Dimensions Software, Joerly Santos, notou que a versão ilegal de seu sistema era vendida de forma inadequada, funcionando como uma contra-propaganda. A Dimensions Software faz programas que auxiliam na execução de cortes retos feitos em grandes volumes de placas, material que é destinado às indústrias moveleira, de vidros, automotiva, de aeronaves, entre outras. Em um site, diz Santos, havia uma conversa entre um cliente e o pirata de software em que o interessado perguntava se o sistema poderia ser usado para corte de roupas. "A resposta era: 'Perfeitamente amigo, qualquer tipo de material, pois com ele você estipula o tamanho do material e o tipo de corte a ser feito'", diz Santos. "Acontece que o programa não serve para roupas porque só trabalha com retângulos."

No fim do ano, a Dimensions Software recorreu à Abes e à Polícia Federal e conseguiu excluir links de vendas piratas de seu software em sites de comércio eletrônico, como, afirma Santos.

Além da propaganda enganosa, os fabricantes também têm de lidar com a divulgação de versões antigas ou incompletas de seus produtos. "Isso causa um prejuízo de imagem que nem conseguimos medir", diz Carlos Eduardo Mariano, proprietário da Intelecta Tecnologia. "Se a pessoa compra um produto ilegal antigo e fica insatisfeita, nossa chance de converte-la em um cliente formal é muito menor."

As grandes empresas de software enfrentam o mesmo problema, comenta o gerente geral da Corel, Pedro Fontes. Com 185 mil usuários formais de sistema gráfico CorelDraw no Brasil, a companhia canadense tem monitorado sites como o Orkut, que vem sendo usado por piratas para vender sistemas.

Paradoxalmente, para muitas dessas empresas a internet represente a solução - ainda que parcial - para o problema da pirataria. "Cada vez mais a tendência é oferecermos software pela web, como serviço", diz Fontes. "Ficaremos menos dependentes da mídia CD." (CB e AB).

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