segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É preciso um tipo de capitão para enfrentar cada desafio

É preciso um tipo de capitão para enfrentar cada desafio
Leonardo Toscano e Roberto Amatuzzi são sócios da Excelia
22/02/2010

Como todo organismo vivo, uma empresa também nasce, cresce, amadurece e morre. A missão dos executivos e o desejo dos acionistas é fazer com que essa vida corporativa perdure. Não podemos garantir que um negócio dure para sempre, mas, no que depende do capital humano, podemos promover transformações que renovem a organização.

A vida de uma empresa pode ser compreendida nesta sequência de ciclos: empreendedorismo; estabilização (e possível queda); recuperação; transformação; nova estabilização; nova transformação e assim sucessivamente. Porém, mais importante do que reconhecer o atual estágio em que se encontra sua empresa é entender que há um perfil de liderança mais adequado para cada um deles.

Existem dois tipos de executivos que atendem aos diversos momentos de uma organização: o líder da estabilização e o agente da transformação. Por mais resistências que se tenha à troca de lideranças, principalmente em empresas de controle familiar, dificilmente esses dois perfis cabem numa só pessoa. Não se trata de mudar o capitão conforme o vento, mas de acordo com o desafio.

Assim, o líder dos momentos de estabilização é aquele mais experiente no setor de atuação de sua empresa, que inspira segurança na equipe e no mercado. É mais negociador e mais habilidoso politicamente, porque deve manter o grupo em um rumo constante e sem solavancos. Ele é mais avesso a riscos, pois seu papel é consolidar o que está dando certo. Firma alianças e compromissos de longo prazo com colegas, clientes e fornecedores.

Já o executivo que atua como agente da transformação apresenta uma trajetória de experiências em diferentes contextos, porque sua missão é claramente levar empresas de um estágio a outro. Tem uma capacidade maior para promover melhorias intensas, que muitas vezes não podem ser feitas por um líder muito vinculado ao grupo. Para implementar os projetos necessários, esse líder não pode ter compromisso com o status quo. Com independência e senso de urgência para cumprir sua missão e partir, ele não prioriza uma carreira perene na empresa. Sua realização é obter reconhecimento como transformador.

Podemos comparar a liderança da estabilização a um educador enquanto o agente transformador é como um médico. Vale lembrar, entretanto, que, assim como acontece com as pessoas, as empresas não precisam esperar sinais de doença para procurar um médico. O melhor remédio é sempre prevenir, reconhecendo os diversos estágios da vida e buscando o fortalecimento do organismo ou seu tratamento adequado, antes que seja tarde demais.

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