segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bons conselheiros já estiveram nos campos de batalha

Andras Dobroy é sócio da Dobroy & Partners
08/02/2010

As empresas de sucesso conhecem bem o negócio de seus clientes, estudam seus concorrentes, avaliam seus riscos, e desenvolvem e executam estratégias e planos de ação bem concebidos. Mas, como poderia uma empresa pequena ou média obter a abrangência de habilidades necessárias para competir no atual ambiente de mudanças rápidas?

Mesmo os CEOs mais competentes podem ter pontos fracos na sua equipe, ou uma estratégia inadequada, de maneira que eles realmente precisam de um conselho para revisar e validar seus planos. Os conselheiros podem questionar o julgamento de um CEO ou empresário logo de início e prover sua sabedoria coletiva, o que pode trazer benefícios.

Muitas empresas ampliam sua base de conhecimentos com um conselho consultivo, idealmente com conselheiros internos e externos. Mas como estruturar um conselho eficaz?

Frequentemente, os gestores olham primeiro para as pessoas mais célebres e influentes e que conhecem, ao invés de encontrar os profissionais com as habilidades específicas para ajudar seus negócios a progredirem. Antes de pensar em quem você acha que seria um grande conselheiro para sua empresa, avalie quais são os conhecimentos de que você mais precisa, não só para agora, mas também para o futuro.

Os membros não precisam ser do seu ramo se tiverem o know-how que falta à sua companhia. Na verdade, a perspectiva diversa que eles trazem pode ser uma vantagem competitiva. Com frequência, quando seu "top team" estanca, são os conselheiros externos que ajudam os comandantes da empresa a enxergar novas possibilidades.

O conselheiro ideal deve ter experiência operacional abrangente. Os melhores já estiveram no campo de batalha, conhecem o terreno, fizeram a diferença. Eles possuem extensa quilometragem na gestão de empresas.

Além disso, é preciso ter habilidades especializadas. Um conselheiro eficaz conhece em profundidade pelo menos uma das áreas específicas mais importantes para a sua empresa como pesquisa e desenvolvimento, marketing, finanças, exportação, RH, ou alguma outra função que seja parte de sua estratégia, no presente ou no futuro, e necessita reforço.

Um excelente network também se faz necessário, uma vez que abrir portas é uma das contribuições mais valiosas que os conselheiros fazem para uma empresa.

Por fim, é dever do conselheiro monitorar, e não controlar. Executivos que passaram a vida inteira num ambiente antiquado de "comando e controle" podem ser CEOs eficazes, mas, em geral, são maus conselheiros.

Nunca contrate um conselheiro sem antes verificar cuidadosamente suas referências, reputação no mercado, valores e "encaixe" com os outros membros. Entrevistas intensivas e verificação de currículos são tão importantes nesse caso como no de executivos ou sócios. Seja transparente e discuta com os candidatos suas expectativas.

Uma vez constituído, valorize seu conselho. É importante que o CEO ou empresário solicitem sua opinião de maneira regular. O envolvimento sistemático do conselho pode evitar graves erros estratégicos pois, embora não esteja em posição de criar estratégia, podem orientar os rumos que a equipe sênior de gestão cria para a empresa. Quando os membros são oriundos de diferentes setores, eles podem compartilhar uma riqueza de informações e servir de fiscais da realidade, fornecendo visões objetivas de fora para dentro sobre a eficácia de uma determinada estratégia.

Conselhos excelentes tornam os bons CEOs e bons empresários ainda melhores. Um bom conselho trabalha como um time, agregando valor e tornando-se uma fonte de orgulho interna e externamente.

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