quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

GrossoFamília Galindo negocia Grupo Iuni com cinco investidores

Kroton, Apollo, Laureate, BR Educacional e Gávea disputam faculdade do Mato

Beth Koike, de São Paulo
20/01/2010

Ed Viggiani/Valor

Rodrigo Galindo, presidente do Iuni e filho do fundador: decisão sobre a venda deve ser tomada até fim de fevereiro
O Grupo Iuni , instituição de ensino superior fundada no Mato Grosso em 1988, está em negociações com cinco grandes investidores do setor. Na mesa do Iuni há propostas da brasileira Kroton, dos americanos Apollo e Laureate, além dos fundos de investimentos nacionais BR Educacional e Gávea. Os dois últimos ofereceram propostas em conjunto, segundo o Valor apurou.

Caso seja concluída a venda de 100% do capital do Iuni a operação é estimada em R$ 600 milhões. Seria, de longe, o maior negócio no setor de ensino no país. Até agora, as operações de maior valor foram feitas pelo Advent (quando comprou 50% da Kroton, por R$ 280 milhões em 2008) e pela Anhanguera (que pagou R$ 260 milhões por 100% da Uniderp, em 2007).

Uma das dúvidas na transação do Iuni, que pode ser concluída no fim de fevereiro, é se a venda será de 100% do grupo ou uma fatia menor. Segundo uma fonte do setor, o fundador da instituição, Altamiro Galindo, teria interesse em se desfazer totalmente da faculdade. Já seu filho, Rodrigo, que é o presidente, não quer se desfazer do controle.

O negócio gera interesse porque o Iuni reúne dados muito interessantes. Em 2009 registrou receita líquida de R$ 320 milhões e um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (lajida) de R$ 72 milhões. É dono de uma carteira com 53,5 mil alunos distribuídos em 19 faculdades.





Em 2008, a faculdade da família Galindo despontou no mercado ao promover nove aquisições, que somaram R$ 60 milhões. As compras colocaram o Iuni na liderança nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. "O Iuni tem faculdades no Norte e Nordeste, onde o potencial de crescimento nas capitais é de 4% a 5%. No Brasil, a taxa média é de 1,3%", disse Ryon Braga, sócio da consultoria Hoper, especializada em educação.

O Iuni é visto como uma grande oportunidade para grupos de ensino consolidarem suas atuação ou entrarem no setor de ensino, que promete grandes transações neste ano.

Para a mineira Kroton adquirir o Iuni significa dobrar de tamanho e fincar o pé em regiões do país que tem fraca atuação. A instituição, que no ano passado recebeu aporte do fundo Advent, tem em caixa R$ 444 milhões para aquisições.

O americano Apollo é também um forte candidato. No ano passado, teria feito uma proposta de R$ 2,5 bilhões ao empresário João Carlos Di Gênio, dono do Objetivo, e vem prospectando o setor para voltar ao mercado brasileiro. Entre 2001 e 2006, o Apollo foi sócio da Kroton. Em 2009, o Apollo se associou ao fundo Carlyle para operações fora dos Estados Unidos, e há cerca de dez dias, durante anúncio de compra da operadora de turismo CVC, o Carlyle reforçou seu interesse na área de ensino.

Para os fundos de investimento BR Educacional, de Paulo Guedes, e Gávea, de Armínio Fraga, também seria uma grande oportunidade. O BR Educacional, que já é dono de cursos preparatórios para concursos públicos e da empresa HSM, fez propostas para várias faculdades e tem em caixa R$ 360 milhões para aquisições. Seu parceiro nesse projeto, o Gávea, tem participação na Ideal Invest, empresa de crédito universitário.

Apesar de ter faculdades nas mesmas regiões do Iuni, a Laureate está no jogo. Procurado pelo Valor, o Iuni preferiu não falar sobre a transação. Os grupos interessados não se pronunciaram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário