quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Bons ventos animam caça-talentos em 2010

Mercado: Amrop Panelli, Motta, Cabrera aproveita o cenário positivo para anunciar mudanças na gestão.

Por Stela Campos, de São Paulo
20/01/2010

Cabrera diz que companhias vão abrir unidades e estruturar novas vagas no país
Uma das mais tradicionais empresas de seleção de executivos do país começa o ano repaginada. Perto de completar 35 anos de atividade, a Amrop Panelli, Motta, Cabrera anuncia uma mudança em sua marca, a ampliação de seu quadro de sócios e aproveita o prenúncio de bons ventos para o Brasil para organizar seu processo sucessório.

Formada em 1975 pelos executivos Luiz Alberto Panelli, Antonio Joaquim Motta Carvalho e Luiz Carlos de Cabrera, a companhia foi erguida com capital nacional, mas ao longo dos anos apostou na sua internacionalização.

A parceria com o grupo europeu Amrop International começou em 1980 e se mantém firme. "Fomos a primeira empresa fora dos Estados Unidos e da Europa a entrar para a sociedade", conta Cabrera. "Éramos sete membros e dividíamos todas as despesas." Atualmente, o grupo Amrop conta com 38 sócios atuando em 85 escritórios, em 56 países. "Temos um banco de dados comum e seguimos as mesmas práticas de governança. É um network bem consistente", afirma.

O estudo para mudar a marca e a nomenclatura da empresa começou em 2008 e terminou em setembro do ano passado. Até então, ela se chamava PMC Amrop. O projeto foi realizado pela empresa canadense Thackway McCord em conjunto com o comitê de marketing da Amrop.

"Pensamos bastante sobre nossa história. Chegamos à conclusão, por exemplo, que os nossos nomes deviam aparecer por inteiro e não apenas as iniciais", diz o headhunter. A admissão de novos sócios no ano passado também fez parte do processo de reestruturação interna. Dois diretores foram promovidos. Luciano Carbonari que está na empresa desde 1985 e Silvana Nardini Bock, que ingressou em 2001. De fora, vieram dois estrangeiros com uma ampla vivência em empresas no Brasil, o alemão Jürgen Paulus e o belga Martin Bernard.

Cabrera acredita que o crescimento previsto para o Brasil nos próximos anos cria um ambiente propício para o planejamento da sucessão na empresa. "As mudanças acontecerão nos próximos três anos. Estamos com sete sócios e queremos ficar com cinco", explica. Ele conta que embora sua empresa tenha sido responsável pela colocação de vários profissionais no primeiro escalão de grandes companhias no país, a intenção nunca foi crescer muito.

Atualmente, a Amrop Panelli, Motta, Cabrera conta com 29 pessoas e não pretende aumentar a equipe. O headhunter conta que a empresa conseguiu passar pela crise de 2002 e também pela do ano passado mantendo o mesmo quadro de funcionários. "Ninguém foi cortado. Só pudemos agir assim porque somos pequenos", diz.

A maior parte dos negócios da empresa está concentrada na seleção de executivos, 55% dos contratos são para a colocação de diretores e 26% de presidentes. Ela também ajuda a formar conselhos de administração, o que representa 6% do trabalho. Além disso, orienta a sucessão em empresas familiares.

Cabrera conta que o último trimestre de 2009 foi igual ao melhor trimestre de 2006, ano bastante favorável para a indústria de "executive search". Sem revelar números, ele acredita que os negócios vão continuar em alta este ano. "Na crise, o mercado não cresce porque as empresas fazem apenas substituições. Elas não expandem porque têm medo de mudar", diz.

No primeiro semestre do ano passado, as companhias substituíram profissionais nas áreas de finanças, especialmente para fazer a gestão de riscos ou atuar em controladoria, diz o headhunter. A procura também foi grande para a área de recursos humanos. "As empresas buscaram alinhar a estratégia e melhorar as competências dos funcionários", diz.

Segundo ele, a crise do último ano deixou suas marcas. A busca pela eficiência nos departamentos de RH enfatizada no período de turbulência, por exemplo, foi incorporada. Ele acredita, no entanto, que o reaquecimento da economia e a retomada dos negócios vão levar muitas companhias a abrir unidades e a estruturar novas vagas. "Este deverá ser um ano movimentado para a nossa área", diz.

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