quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mobilidade ainda é desafio para grandes companhias

Entre os 500 maiores grupos, apenas 5% usam os novos recursos

Ana Luiza Mahlmeister, de São Paulo
15/04/2010

O uso de mensagens de texto (SMS), ter um site específico para telefone móvel e oferecer aplicativos para telefones inteligentes (smartphones), ainda é uma realidade distante para as 500 maiores empresas brasileiras: apenas 5% delas usam esses três canais para comunicação com o cliente. Estes foram os três critérios usados em uma pesquisa da Mowa, empresa especializada em sistemas móveis, para aferir o nível de mobilidade entre os grandes grupos brasileiros segundo o ranking da revista "Exame" (que exclui companhias do setor financeiro). "Na área móvel estamos nos primórdios, como a internet há dez anos, quando quase nenhuma empresa tinha site", afirma o sócio-diretor da Mowa, Guilherme Santa Rosa.

Para a maioria das companhias, basta a presença na internet. A mobilidade ainda não faz parte da estratégia. "A pesquisa mostra que não há uma percepção de valor em alcançar o cliente onde quer que ele esteja. E hoje não é só o telefone celular, mas também os leitores digitais, tablets, palmtops etc", afirma.

O setor com maior presença móvel é o de telecomunicações: 31,25% das companhias usam os três canais, seguido pelo segmento eletroeletrônico (26,32%), farmacêutico (10%), indústria digital (9%) e automotiva (7,7%).

O SMS é o recurso mais usado pelas companhias para se comunicar com seus clientes: 22% já realizaram ações empresariais com a ferramenta. Isso se deve principalmente porque a mensagem de texto pode ser transmitida para qualquer modelo de celular, até os mais simples. O uso de aplicativos para smartphones (como notícias, informações, lista de compras, etc) é o segundo canal móvel mais popular para comunicação com o cliente com a adesão de 14% das empresas. Esse recurso se popularizou com o lançamento do iPhone, da Apple, que oferece junto com o aparelho as lojas de aplicativos (iTunes e App Store). Para efeito de comparação, das 2 mil empresas do ranking da "Fortune", 10% lançaram aplicativos para telefones inteligentes, segundo a Research2Guidance.

Quanto aos sites móveis, apenas 12% das 500 maiores companhias têm um. As empresas dão pouca importância em formatar uma comunicação específica para o aparelho móvel. "Se esquecem que existem mais celulares que computadores e que estes estão sempre junto aos consumidores", diz Santa Rosa. Outro erro comum é fazer um site para celular similar ao da internet fixa. Segundo o executivo, esse site deve ser formatado para o aparelho, com informações específicas para esse formato como o endereço de lojas, apresentação de promoções e oferecer recurso de "click to call" (com um clic o assinante se conecta com a companhia).

Segundo a pesquisa da Mowa, entre os 5% das companhias que usam os três canais móveis (SMS, site e aplicativo), apenas 4% delas pertencem ao varejo, 20% são da área de telecomunicações, 20% do setor eletroeletrônico e 16% de bens de consumo. Dos setores que usam pelo menos um canal, a indústria digital sai na frente com quase 60% e 36,36% usa pelo menos dois canais. Do ponto de vista dos aplicativos criados especialmente para os celulares (iPhone, Blackberry e smartphones) apenas 14% encomendaram esses produtos para levar informações e serviços aos seus consumidores. O setor de telecomunicações é o que mais usa aplicativos (56,25%), vindo em seguida o eletroeletrônico (52,63%) que também é o segmento que mais tem site móvel (42,11%).

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