quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para fidelizar cliente, mais hotéis aceitam bichos de estimação

Pessoas que não viajam sem seus pets pagam diárias até 25% mais caras e ganham mimosPara fidelizar cliente, mais hotéis aceitam bichos de estimação

Lílian Cunha e Alberto Komatsu, de São Paulo
12/05/2010

Davilym Dourado/Valor

Mari Galvão, da rede Blue Tree e a cadela Any: "Temos em média cinco hóspedes com pets na unidade Berrini ao mês"
O escritor paulistano Fábio Lamachia não viaja sem seus dois cães, os labradores Chapa e Farofa. "Não tem graça ir sem eles", afirma. Da mesma maneira, milhares de brasileiros estão cada vez mais desistindo da ideia de deixar seus pets em casa - ou no hotelzinho de animais - na hora de tirar férias e viajar. Prova disso é que o número de hotéis que aceitam hospedar cães ou gatos junto com seus donos tem aumentado.

Na rede Atlântica Hotels, por exemplo, apenas três hotéis da rede aceitavam pets há sete anos. De lá para cá, esse número cresceu sete vezes. Dos 73 hotéis da rede, 21 aceitam hóspedes com seus bichinhos. O mesmo tem acontecido com as companhias aéreas, que cada vez mais têm transportado passageiros acompanhados de seus animais de estimação. Nos primeiros três meses do ano, por exemplo, a Azul transportou 551 passageiros acompanhados de seus animais (a maioria vai no porão). No mesmo período do ano passado, foram 220 viagens com pets.

"Os donos de cães e gatos querem viajar e não querem deixar seus animais em casa. Eles querem a companhia dos animais. Por isso o número de opções para esses turistas têm crescido", diz Cynthia Schoenardie, gerente de desenvolvimento de negócios da Pedigree, que no ano passado patrocinou o lançamento de um guia chamado "Viagens com seu Cão", cuja tiragem de 25 mil exemplares esgotou em poucas semanas. O guia, disponível agora no site da empresa, lista 151 hotéis e pousadas no país nos quais é possível se hospedar com os bichinhos. A opção, entretanto, não sai barato. Na rede de hotéis Blue Tree Hotels, por exemplo, o dono paga um acréscimo de 25% na diária para ficar com o pet. No Blue Tree Towers Berrini, em São Paulo, por exemplo, isso significa desembolsar R$ 497 por noite. Conforme as regras do hotel, cães e gatos de mini e pequeno portes são admitidos e podem ficar nos quartos junto com os donos, desde que seja obedecida o limite de um animal por quarto.

"Há alguns anos, era raro hospedar hóspedes acompanhados de animais. Hoje temos em média cinco hóspedes com pets nessa unidade ao mês", diz Mari Galvão, diretora de operações da rede, se referindo a unidade Berrini. "Mas queremos incentivar mais hospedes que vêm com seus cães ou gatos, principalmente nos fins de semana", acrescenta a executiva. Tanto que o hotel até coloca os mensageiros à disposição para levar os animais para passear. "É uma cortesia", acrescenta Mari.

Nos hotéis Quality, da rede Atlântica, pequenos cães e gatos são admitidos em algumas aéreas e podem ficar nos quartos com seus donos. É limitada a quantidade de dois animais por apartamento. No check in, o dono assina um termo de responsabilidade. Caso o animal estrague algo, a despesa é por conta do hóspede. A rede cobra uma taxa de R$ 50,00 pela diária do animal. "Esse tipo de prática é importante. Financeiramente, o retorno não é muito significativo. Mas a fidelização do cliente que é aceito com seu animal se estimação é imensa", diz Christiana Munte, diretora de estratégias de marcas da rede Atlântica.

Na rede Accor, só o Sofitel São Paulo Ibirapuera hospeda animais de até 10 quilos. A diária, batizada de "Pet Program" foi criada para atender o aumento da demanda de hóspedes que viajam com seus pets, segundo a assessoria de imprensa do hotel. A diária custa R$ 180 (fora a diária do dono) e inclui caminha, tapetes higiênicos, limpa patas, biscoito e brinquedo.

Em todas as redes, os quartos são higienizados após a hospedagem e a circulação com os animais em áreas como restaurante e piscina é limitada. Mas embora a disponibilidade de vagas cresça, viajantes como Fábio Lamachia ainda encontram dificuldades para hospedar seus cães. "Ainda é muito raro encontrar hospedagens para animais principalmente em cidades menores", afirma ele.

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