quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ensino e fundos são apostas para 2010 - Nordeste

Nordeste, ensino e fundos são apostas para 2010

De São Paulo
10/12/2009 - Valor Econômico

O movimento de fusões e aquisições com maior foco em companhias que vendem produtos e serviços ao consumidor do mercado doméstico começou a tomar corpo em 2007, quando o número de negócios fechados bateu em 721, um recorde histórico. E ainda não acabou.

Na avaliação de consultores ouvidos pelo Valor, o Nordeste é uma região que atrairá interesse crescente de investidores e o setor de educação, que registrou diversos negócios no ano passado, mas poucos em 2009, deve voltar a crescer nas estatísticas de transações fechadas. E os fundos que compram participações em companhias, os "private equity", nacionais e estrangeiros, devem mostrar maior apetite.

Segundo dados da PricewaterhouseCoopers, a participação dos "private equity" no total de operações de fusões e aquisições neste ano deu um salto considerável. Em 2007, a fatia era de 15%. No ano passado subiu a 20% e neste ano, até outubro, chegou a 29%, informou Alexandre Pierantoni, sócio da Price.

Considerando-se os negócios anunciados nos primeiros dez meses deste ano, diz Pierantoni, as empresas de capital nacional são responsáveis por 60% deles. "Mas nós vamos ver o capital estrangeiro crescer, além dos 40%, por causa da atratividade do Brasil", avalia Pierantoni. Luís Motta, sócio da KPMG, onde é responsável pela assessoria de fusões e aquisições, concorda. "As multinacionais vêm, com certeza, buscar o mercado brasileiro pois aqui a economia está crescendo", diz ele.

O Produto Interno Bruto (PIB), nas contas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, cresce a uma taxa anualizada de 8%, tomando por base o desempenho do terceiro trimestre, que deverá ser divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Nordeste, onde as vendas do varejo crescem a uma taxa superio à média nacional (subiram 5,6% nos sete primeiros meses deste ano, enquanto o país mostrou expansão de 4,6% em relação a igual período do ano passado), é uma região que deve gerar negócios nos próximos anos.

"É uma região que tem potencial para operações de fusões e aquisições", afirma Pierantoni. Ele lembrou que a Rio Bravo Investimentos, gestora de recursos do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, criou um fundo dedicado a negócios nessa região.

"Faz todo o sentido mirar essa região", avalia Motta, da KPMG. Em sua opinião, o Nordeste possui "boas marcas regionais". Na área do varejo, por exemplo, além da líder Insinuante, há nomes fortes como a paraibana Lojas Maia, a Eletro Shopping e a Laser Eletro, de Pernambuco, e a Lojas Rabelo, do Ceará. As sete maiores varejistas do Nordeste somam, atualmente, 700 lojas. (CM)

Nenhum comentário:

Postar um comentário