quarta-feira, 30 de junho de 2010

Contadores viram foco da discussão

Valor Econômico
Rachel Sanderson

Os contadores correm o risco de se tornar o centro das atenções na reunião deste fim de semana do G-20, o grupo das 20 nações mais industrializadas do planeta. A admissão recente dos formuladores de regras globais da profissão, o Iasb e o Fasb, de que não conseguirão atender o prazo de junho de 2011 estabelecido pelo G-20 para a criação de um único conjunto global de padrões contábeis de alta qualidade, vem recebendo críticas de alguns segmentos.

Michel Barnier, a principal autoridade reguladora contábil da Europa, e presidentes executivos de vários bancos já demonstraram sua insatisfação. No Institute of International Finance (IIF), William Rhodes, presidente do conselho de administração do Citigroup, pediu ao G-20 que "proporcione incentivos". "Sem padrões contáveis globais unificados, não se pode ter padrões reguladores internacionais bem sucedidos", disse.

Depois que a harmonia contábil se tornou o sustentáculo de uma reforma bancária mais ampla, a incapacidade dos formuladores de normas de chegar a um acordo sobre como fazer as empresas de todo o mundo usarem as mesmas regras assumiu um significado político incomum.

Alguns contadores reagem afirmando que o foco do G-20 torna mais difícil obter a convergência. Políticos americanos ou europeus não abrirão mão da soberania sobre as regras contábeis no momento em que o mundo todo está assistindo os acontecimentos, afirmam eles.

No entanto, o destaque dado à profissão pelo G-20 também poderá oferecer uma oportunidade. Poderá proporcionar uma plataforma para a resolução de falhas mais amplas nas demonstrações de resultados corporativos, que deverá precisar de algum tipo de ímpeto político para ser bem sucedida.

Contadores e investidores - e cada vez mais as autoridades reguladoras -, afirmam que as turbulências financeiras dos últimos anos mostraram que há necessidade de uma maior transparência não só nas regras contábeis, mas também nos relatórios anuais. Eles afirmam que o aumento do tamanho e das informações contidas nos relatórios corporativos acaba tornando confuso o quadro da saúde financeira das empresas.

O relatório anual de 470 páginas do HSBC ou os calhamaços de informações não auditadas sobre iniciativas de sustentabilidade sempre são lembrados como exemplos de excessos nas prestações de contas corporativas que acabam provocando confusão.

Numa tentativa de chamar atenção para o problema, o Chartered Institute of Management Accountants, a PricewaterhouseCoopers (PwC) e empresa de pesquisas Tomorrow's Company estão lançando este mês um estudo global sobre as prestações de contas das empresas.

Por meio de uma série de evidências que deverão ser divulgadas por associações espalhadas pelo mundo, o grupo está tentando conseguir a adesão internacional à reformulação das demonstrações financeiras, na esteira da crise mundial.

Suas questões são amplas mas o alvo é perceptível. Ao perguntar quais são os pontos fracos e os pontos fortes do sistema, as barreiras que impedem a evolução das prestações de contas corporativas e as possíveis soluções, o grupo quer identificar as limitações do modelo existente de prestação de contas e se concentrar nas barreiras para mudar esse modelo.

É difícil conseguir apoio suficiente de políticos e reguladores, investidores e contadores para a realização de mudanças significativas, conforme é possível observar. No entanto, o fato de a pesquisa coincidir com a reunião do G-20 e seu foco na contabilidade, poderá dar a ela uma chance maior de sucesso.

Uma pesquisa feita recentemente pela SAS e Thomson Reuters também dá uma ideia das mudanças que os investidores querem fazer. Apenas 12% dos entrevistados consideraram os relatórios anuais compreensíveis e objetivos. Cerca de 25% acham que os relatórios mostram claramente a estratégia da empresa.

E o mais importante: quase todos os entrevistados querem mais informações segmentadas e por divisões, mais transparência em relação à exposição a derivativos e hedging (mecanismos de proteção) e uma melhor compreensão geral dos potenciais riscos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

RFB e PGFN - Parcelamento Lei nº 11.941/2009 - Inclusão parcial de débitos - Prazo

Por meio da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 11/2010, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional em conjunto com a Receita Federal do Brasil, estabeleceu que o optante pelos parcelamentos previstos nos arts. 1º a 3º da Lei nº 11.941/2009 que se manifestarem pela não inclusão da totalidade de seus débitos, deverão indicar, pormenorizadamente, os débitos a serem incluídos nos parcelamentos até 30 de julho de 2010, da seguinte forma:

a) em se tratando de débito inscrito em Dívida Ativa da União (DAU), o optante deverá comparecer à unidade da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) de seu domicílio tributário e apresentar, devidamente preenchidos, os formulários constantes nos Anexos I e II da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 3, de 2010.

b) em se tratando de débitos no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), o optante deverá comparecer à unidade da RFB de seu domicílio tributário e apresentar, devidamente preenchidos, os formulários constantes nos Anexos III e IV da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 3, de 2010.

O optante que não apresentar os formulários com a indicação dos débitos a serem parcelados no referido prazo, terá seu pedido de parcelamento cancelado.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

FCont - Controle Fiscal Contábil de Transição - Prazo - Prorrogação

Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.046, de 24 de junho de 2010, ficou estabelecido que o prazo de entrega dos dados constantes no FCont, excepcionalmente, para dados relativos ao ano-calendário de 2009, será encerrado às 23h59min59s, horário de Brasília, do dia 30.07.2010. Ressaltamos que o prazo anteriormente estabelecido era até 30.06.2010, o mesmo prazo fixado para a entrega da DIPJ.

Também ficou estabelecido que para os casos de cisão, cisão parcial, fusão, incorporação ou extinção ocorridos em 2009 e em 2010, até o mês de junho de 2010, a apresentação do FCont deverá ocorrer até 30.07.2010.

A Instrução Normativa RFB nº 1.046, de 2010, entra em vigor na data de sua publicação, efetivada em 25.06.2010.

CVM é eleita para comitê da Iosco por dois anos

Téo Takar, de São Paulo
25/06/2010

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi eleita para integrar o Comitê Executivo da Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (Iosco, na sigla em inglês) para um mandato de dois anos. A entidade reúne as principais autoridades reguladoras de mercados do mundo.

A escolha da CVM como membro da Iosco ocorreu em votação no início do mês, durante conferência anual da entidade, em Montreal, no Canadá. A xerife do mercado de capitais brasileiro se candidatou a uma das nove vagas preenchidas por votação dos membros do Comitê de Presidentes da organização, e foi o único representante da América Latina eleito na votação.

Esse comitê terá entre suas atribuições a análise final e a preparação das recomendações para adotar a nova estrutura organizacional da Iosco.

Em nota, a CVM afirmou que sua indicação para membro da Iosco representa o reconhecimento da importância que o mercado de capitais brasileiro vem adquirindo nos últimos anos.

O Comitê Executivo da Iosco tem a função de supervisionar as operações e tomar as decisões necessárias para que os objetivos da entidade sejam alcançados. Criada em 1983, a Iosco conta com cerca de 130 membros de mais de 80 países, que são responsáveis pela quase totalidade da capitalização do mercado de valores mobiliários mundial. A organização tornou-se o principal fórum internacional para as autoridades reguladoras dos mercados de valores e de futuros, destaca a CVM em nota.

Contadores viram foco da discussão

Rachel Sanderson, do Financial Times, de Londres
25/06/2010

Os contadores correm o risco de se tornar o centro das atenções na reunião deste fim de semana do G-20, o grupo das 20 nações mais industrializadas do planeta. A admissão recente dos formuladores de regras globais da profissão, o Iasb e o Fasb, de que não conseguirão atender o prazo de junho de 2011 estabelecido pelo G-20 para a criação de um único conjunto global de padrões contábeis de alta qualidade, vem recebendo críticas de alguns segmentos.

Michel Barnier, a principal autoridade reguladora contábil da Europa, e presidentes executivos de vários bancos já demonstraram sua insatisfação. No Institute of International Finance (IIF), William Rhodes, presidente do conselho de administração do Citigroup, pediu ao G-20 que "proporcione incentivos". "Sem padrões contáveis globais unificados, não se pode ter padrões reguladores internacionais bem sucedidos", disse.

Depois que a harmonia contábil se tornou o sustentáculo de uma reforma bancária mais ampla, a incapacidade dos formuladores de normas de chegar a um acordo sobre como fazer as empresas de todo o mundo usarem as mesmas regras assumiu um significado político incomum.

Alguns contadores reagem afirmando que o foco do G-20 torna mais difícil obter a convergência. Políticos americanos ou europeus não abrirão mão da soberania sobre as regras contábeis no momento em que o mundo todo está assistindo os acontecimentos, afirmam eles.

No entanto, o destaque dado à profissão pelo G-20 também poderá oferecer uma oportunidade. Poderá proporcionar uma plataforma para a resolução de falhas mais amplas nas demonstrações de resultados corporativos, que deverá precisar de algum tipo de ímpeto político para ser bem sucedida.

Contadores e investidores - e cada vez mais as autoridades reguladoras -, afirmam que as turbulências financeiras dos últimos anos mostraram que há necessidade de uma maior transparência não só nas regras contábeis, mas também nos relatórios anuais. Eles afirmam que o aumento do tamanho e das informações contidas nos relatórios corporativos acaba tornando confuso o quadro da saúde financeira das empresas.

O relatório anual de 470 páginas do HSBC ou os calhamaços de informações não auditadas sobre iniciativas de sustentabilidade sempre são lembrados como exemplos de excessos nas prestações de contas corporativas que acabam provocando confusão.

Numa tentativa de chamar atenção para o problema, o Chartered Institute of Management Accountants, a PricewaterhouseCoopers (PwC) e empresa de pesquisas Tomorrow's Company estão lançando este mês um estudo global sobre as prestações de contas das empresas.

Por meio de uma série de evidências que deverão ser divulgadas por associações espalhadas pelo mundo, o grupo está tentando conseguir a adesão internacional à reformulação das demonstrações financeiras, na esteira da crise mundial.

Suas questões são amplas mas o alvo é perceptível. Ao perguntar quais são os pontos fracos e os pontos fortes do sistema, as barreiras que impedem a evolução das prestações de contas corporativas e as possíveis soluções, o grupo quer identificar as limitações do modelo existente de prestação de contas e se concentrar nas barreiras para mudar esse modelo.

É difícil conseguir apoio suficiente de políticos e reguladores, investidores e contadores para a realização de mudanças significativas, conforme é possível observar. No entanto, o fato de a pesquisa coincidir com a reunião do G-20 e seu foco na contabilidade, poderá dar a ela uma chance maior de sucesso.

Uma pesquisa feita recentemente pela SAS e Thomson Reuters também dá uma ideia das mudanças que os investidores querem fazer. Apenas 12% dos entrevistados consideraram os relatórios anuais compreensíveis e objetivos. Cerca de 25% acham que os relatórios mostram claramente a estratégia da empresa.

E o mais importante: quase todos os entrevistados querem mais informações segmentadas e por divisões, mais transparência em relação à exposição a derivativos e hedging (mecanismos de proteção) e uma melhor compreensão geral dos potenciais riscos.

Sob pressão, Iasb e Fasb criam plano de trabalho resumido

Sob pressão, Iasb e Fasb criam plano de trabalho resumido
Comissões revisam plano para padrão global

Por Rachel Sanderson e Nikki Tait, Financial Times, de Londres e de Bruxelas
25/06/2010

Virginia Mayo/AP Photo

Os principais encarregados pelas regras contábeis divulgaram um plano de trabalho resumido para criar um conjunto único de padrões mundiais de contabilidade. A ideia é tentar recolocar nos trilhos as titubeantes negociações sobre a questão, em meio às pressões de executivos e autoridades de regulamentação bancária.

A convergência dos padrões contábeis internacionais assumiu uma importância incomum, já que conseguir fazer com que os bancos usem as mesmas regras em seus balanços (por exemplo, ao contabilizar suas taxas de alavancagem), e tornou-se fundamental nos planos de reforma bancária.

O Conselho de Padrões de Contabilidade Internacional (Iasb, na sigla em inglês) e o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb) vêm sendo criticados desde que indicaram no início deste mês não terem condições de cumprir o prazo estipulado pelo Grupo dos 20 países mais industrializados (G-20), de convergir as regras até junho de 2011.

No plano de trabalho revisado divulgado antes do encontro de cúpula do G-20, marcado para este fim de semana em Toronto, Iasb e Fasb informaram que se concentrarão em concluir alguns projetos que são vistos como tendo relação direta com a crise financeira e que são considerados importantes para servir de base para uma reforma bancária até junho de 2011.

"Uma preocupação importante no front da regulamentação é o fracasso até agora em se obter uma convergência significativa dos padrões contábeis", afirmou o presidente do Citigroup, William Rhodes.

O foco agora estará em concluir projetos como a convergência no tratamento contábil de instrumentos financeiros, arrendamentos, uso do valor justo e contabilidade de marcação a mercado. Mais de cinco outros projetos serão adiados. Os dois órgãos também divulgaram, pela primeira vez, uma versão preliminar conjunta da questão da questão do reconhecimento da receita, sinal do grau de colaboração entre ambos.

O presidente da Fasb, Bob Herz, afirmou que a proposta "representa um marco fundamental" nos "esforços conjuntos para aperfeiçoar e convergir" as regras contábeis usadas nos Estados Unidos e o padrão usado internacionalmente em grande parte dos outros países.

Os dois conselhos ressaltaram, no entanto, que no caso dos instrumentos financeiros, o mais controverso desses projetos, sua meta é a comparabilidade - em oposição à convergência. "Entendemos as dificuldades com as quais nos deparamos para reconciliar nossas visões diferentes sobre esse projeto", informaram os conselhos.

Mary Tokar, à frente do grupo de convergência dos padrão internacional IFRS na KPMG, afirmou que o plano de trabalho revisado indica que, após não conseguir alinhar tudo perfeitamente, os conselhos decidiram "concentrar-se nas grandes questões relacionadas à crise com as quais todos estavam preocupados". "Decidiram não deixar as grandes ambições atrapalharem", disse.

Paralelamente, em outro sinal da melhora na relação entre os dois conselhos, a longa disputa entre União Europeia e EUA sobre os padrões de inspeção da auditoria pode ser superada na sexta-feira, quando o comitê de auditoria do bloco econômico votará o abrandamento das regras que impedem o intercâmbio dos documentos conhecidos como papéis de trabalho da auditoria.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Contadores terão exame similar ao da OAB

Nova lei também reforça poder do conselho federal para emitir normas de contabilidade no país.

Por Fernando Torres, de São Paulo
17/06/2010
Leonardo Rodrigues/Valor

Juarez Domingues Carneiro, presidente do CFC: não vamos mudar o nosso procedimento apesar da legislação
Da mesma forma que os bacharéis em direito são obrigados a passar pelo exame da OAB para exercer a advocacia, os contadores formados terão que ser aprovados em um "Exame de Suficiência" para trabalhar na área.

Uma emenda "contrabandeada" na Medida Provisória 472, que tratava do Refis da Crise, incluiu dois artigos que reforçam o poder do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para regulamentar a profissão, o que inclui esse novo exame, e também tornam explícito o direito do órgão de emitir as Normas Brasileiras de Contabilidade, o que era contestado por alguns contadores.

Isso engloba todos os pronunciamentos baseados no IFRS emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e ratificados pelo CFC nos últimos dois anos, inclusive a regra simplificada para uso obrigatório pelas pequenas e médias empresas.

Na prática, o órgão já emitia as normas há décadas e a maioria dos contadores seguia as instruções sem contestação. Um grupo de profissionais, no entanto, era contra esse tipo de regulamentação e argumentava que o Decreto-lei 9.295/46, que normatiza a profissão, não dizia explicitamente que o CFC poderia emitir normas de contabilidade e exigir seu cumprimento.

Aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, a MP 472 foi convertida na lei 12.249/10 e publicada no Diário Oficial de segunda-feira.

Em relação ao Exame de Suficiência, ainda não está definido como ele será e nem o seu alcance. O comando do CFC e os representantes dos 27 conselhos regionais da categoria se reunirão entre hoje e amanhã, em Brasília, para definir os detalhes dessa nova certificação.

Não se sabe, por exemplo, se ela valerá para todos os profissionais da área ou se apenas para aqueles se formarem bacharéis em contabilidade a partir de agora. Sobre esse ponto, o texto da lei é claro apenas em relação aos técnicos em contabilidade, dizendo que aqueles que já tiverem seu registro, ou que venham a obtê-lo até 1º de junho de 2015, terão assegurado o direito ao exercício da profissão.

Na visão de Carlos Alberto Marques Lopes, contador que é contrário à essa nova regulamentação e também à edição de normas pelo CFC, a nova legislação só vale para os fatos novos, ou seja, não se aplica aos contadores que já possuem seus registros profissionais. Para ele, o conselho federal age "na contramão do mercado, burocratizando procedimentos que sempre se mostraram eficientes e se bastavam e criando custos adicionais que podem inviabilizar as pequenas e medias empresas de auditoria, em detrimento das 'grifes' internacionais".

Em entrevista concedida antes da publicação da nova lei, o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, comentou apenas que os contadores que contestavam o poder do órgão para emitir normas não mostravam o contrário, que ele não podia fazê-lo.

Ao falar sobre a então possível aprovação da lei, Carneiro disse que não haveria mudanças. "Não haverá mais espaço para esse tipo de contestação, mas não vamos mudar o nosso procedimento", afirmou o presidente do CFC, que garantiu que o órgão continuará trabalhando em conjunto com o CPC, que é o órgão responsável pela tradução das normas contábeis internacionais.

domingo, 13 de junho de 2010

Jabulani? Ou Jaburu, esta tem pena...

Jabulani... que em Zulu significa celebração, está com o seu significado oposto perante os goleiros, vide os das seleções da Inglaterra e Argélia, Green e Chaouchi... Peru? Frango? Jaburu? Pouco importa a ave, todas tem pena e eu "pena" deles, os goleiros. Não foi à toa que Julio Cesár e Claudio Bravo, goleiros de Brasil e Chile criticaram a bola oficial antes, bem antes do começo!
E agora o que vemos, dois "frangaços", perus, jaburus... Jaburu na boa gíria baiana é um termo pejorativo para designar uma mulher não muito bela. E fico pensando na Jabulani, Jaburu...

terça-feira, 8 de junho de 2010

"As regras do jogo" para os auditores Big Four

PwC quer que governo deixe claro o que espera

Rachel Sanderson, Financial Times, de Londres
08/06/2010

As Big Four atravessaram a crise financeira relativamente ilesas, mas agora viraram alvo de inquéritos regulatórios no Reino Unido e na Europa sobre o papel dos auditores nesse processo.

Contadores experientes estão acompanhando de perto os comentários que o ministro pode fazer sobre a profissão de auditor. Antes de entrar para o governo, Cable deu a entender que era a favor de uma investigação sobre o domínio de mercado das Big Four na área de auditoria e de alguns escritórios de advocacia. A Comissão Europeia também tenta aumentar as opções de firmas de auditoria.

Powell, que está na metade do seu mandato de quatro anos à frente da PwC no Reino Unido e na Europa, Oriente Médio e Índia, disse ao Financial Times que existe "muita conversa sobre aumentar a competição, mas não o suficiente sobre o que poderia acontecer no mercado se um (desses quatro) fornecedores de auditoria fosse perdido". "Nós gostaríamos de trabalhar com o novo ministro dos Negócios e tratar de algumas dessas questões. Precisamos saber qual a regra do jogo para os pareceres de auditoria e quais as aspirações dele para o futuro", disse.

Os comentários de Powell surgem ao mesmo tem que as práticas de auditoria da PwC podem ser investigadas separadamente pelo Conselho de Demonstrações Financeiras, responsável pela fiscalização dos auditores, depois que a Financial Services Authority (FSA, órgão regulador do mercado de capitais no Reino Unido), revelou na semana passada que a firma falhou, durante sete anos, em verificar que o J.P. Morgan acidentalmente teria colocado US$ 23 bilhões de dinheiro de clientes em contas bancárias erradas. A PwC não quis comentar.

As declarações também se seguem ao anúncio de que o governo do Reino Unido planeja cortar os gastos com consultoria, uma área que contribuiu com 40% para a receita de 450 milhões de libras da PwC no segmento de consultoria naquele país.

A firma, que quer pelo menos dobrar a receita e o pessoal na área de consultoria nos próximos cinco anos, teve crescimento de "dois dígitos" com folga nesse segmento no Reino Unido nos últimos 11 meses, disse Powell. A estratégia é ganhar mercado de concorrentes e crescer organicamente.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O caminho para o sucesso é pavimentado com mentiras

Lucy Kellaway
07/06/2010

Recentemente, vi na exposição de flores Chelsea Flower Show o ex-primeiro-ministro britânico conversando com um ex-editor de jornal. Ele estava sorridente e parecia empolgado com o encontro casual. Mesmo assim, cinco minutos antes ele havia sido visto dizendo coisas depreciativas sobre o ex-editor e tentando se esconder atrás de um grande vaso de flores para evitar uma conversa com ele.

O que isso diz a respeito dos políticos? Que eles são falsos e fingidos? Ou que, no caso de Gordon Brown, ele tem o charme educado que nós exigimos das pessoas mais bem sucedidas? Outro dia, ouvi a psicóloga australiana Dorothy Rowe falando no rádio sobre seu novo livro, "Why We Lie" ("Por que mentimos"). Até mesmo as pequenas mentiras inofensivas, dizia ela, são motivadas pelo temor de prejudicarmos a ideia que fazemos de nós mesmos enquanto pessoas, e vão acabar nos pegando no final.

Isso é complicado demais para mim. Mentir certamente é algo provocado tanto pelo pragmatismo quanto pelo medo. Pela experiência que tenho pode ser algo bastante útil. E testes têm mostrado que nem sempre você se dará mal por mentir.

Na "Harvard Business Review" há um artigo declarando que as pessoas poderosas são mentirosas mais competentes. Pesquisadores da Columbia Business School pediram a chefes e funcionários de empresas que roubassem uma nota de US$ 100 e então convencessem alguém de que eles não a haviam roubado- no que os chefes se saíram muito melhor que seus subordinados.

No começo de maio, outro estudo foi publicado por psicólogos da Universidade de Toronto, mostrando que as crianças que começam a mentir aos dois anos de idade têm uma probabilidade maior de serem bem sucedidas quando se tornarem adultas. Mentir é um estágio importante do desenvolvimento: significa que você pode manter a verdade em algum canto de sua mente enquanto diz outra coisa ao mesmo tempo.

Juntas, essas duas pesquisas parecem pintar um quadro bastante assustador. Os mais espertos são alçados ao topo em uma onda de mentiras. E quando estão com o poder são impelidas a mentir cada vez mais. Antes de você se dar conta, o mundo estará sendo conduzido por pessoas como Kenneth Lay (ex-executivo-chefe da Enron) e banqueiros mentirosos da pior estirpe.

Mas eu não acho que elas provam isso. Existe a mentira extrema que é sempre ruim. Mas há também a modesta, que não é ruim; na verdade, ela é absolutamente essencial à vida nos escritórios. O que é preciso mais do que ser econômico com a verdade é ser sofisticado com ela. As pessoas que prosperam, como o ex-primeiro-ministro britânico, atingiram o estágio de desenvolvimento em que a pessoa sabe até onde pode contar histórias diversas a pessoas diferentes, ao mesmo tempo em que ainda se atêm (pelo menos é o que se espera) a uma certa essência de honestidade. É necessário saber quais tipos de mentiras prejudicam e quais ajudam; entender essa verdade é um conceito flexível, e ele deve ser moldado da melhor forma possível dependendo da ocasião.

Somente as pessoas muito estúpidas, aquelas muito grossas e as muito jovens, nunca mentem dessa maneira. Na série de TV britânica "Outnumbered", a jovem filha Karen é engraçada porque nunca mente. Quando ela abre a porta de casa para uma mulher que lhe tenta vender algo e é perguntada onde está seu pai, ela encara a mulher com ar angelical e diz: "Ele está no banheiro."

Às vezes você encontra adultos que não progrediram mais que essa criança. Na semana passada, dei de cara com uma pessoa que havia convidado para o coquetel de lançamento de meu livro e que não apareceu. Uma pena você não ter ido, disse eu. "Tinha muitas festas para ir naquele dia e achei que poderia faltar na sua", explicou a pessoa.

Essas pessoas que se agarram compulsivamente à verdade não duram mais que cinco minutos em uma organização. As repartições são mantidas unidas com mentiras. Nós fingimos que gostamos das pessoas com quem trabalhamos. Precisamos fingir que estamos satisfeitos com nossos empregos. Precisamos fingir que achamos nossa empresa melhor que a concorrente. Ao aceitar um lugar em qualquer hierarquia, você está se dobrando às pressões.

Portanto, quando um editor ansioso me pergunta: "Como está a coluna?" Eu respondo: "Quase pronta. Entrego a você às 18h." A primeira parte é uma mentira. A verdade é que perdi tempo e mal comecei a escrever a coluna. A outra parte é verdade. Prazos precisam ser cumpridos. Tenho orgulho de minhas mentiras. Orgulho de minha habilidade em ajustar meu comportamento de acordo com as circunstâncias, e espero ter passado esse dom para meus filhos.

Na semana passada, perguntei à minha filha de 17 anos quantas mentiras ela havia contado naquele dia. Nenhuma, respondeu ela. Fiquei preocupada, pensando se a própria resposta não seria uma mentira. Ou, pior ainda, será que ela não está desenvolvida o suficiente para aprender como mentir? Mas então parei para pensar e vi que eram apenas 8h, ela mal havia saído da cama e "nenhuma" foi o primeiro pronunciamento que ela fez naquele dia.

Lucy Kellaway é colunista do "Financial Times". Sua coluna é publicada às segundas-feiras na editoria de Carreira

STJ isenta PriceWaterhouseeCoopers

Auditores acusados de omissão no caso do desvio de US$ 242 milhões do banco Noroeste são absolvidos

Cristine Prestes, de São Paulo
07/06/2010

A PriceWaterhouseeCoopers venceu mais uma etapa de uma disputa que se arrasta há mais de dez anos no Poder Judiciário. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu três de seus auditores em um processo penal aberto contra eles por gestão temerária e omissão de informações nas auditorias contábeis feitas no extinto Banco Noroeste entre 1995 e 1998. Eles foram acusados de terem se omitido e sido negligentes ao não detectar um milionário desvio de dinheiro que consumiu metade do patrimônio do banco, em um dos mais rumorosos casos de fraude bancária no Brasil.

A ação criminal é apenas uma entre as várias frentes de disputa abertas na Justiça e fora dela pelos mais de 30 representantes das famílias Cochrane e Simonsen, ex-controladoras do Noroeste que, ao venderem seu banco ao Santander, em 1998, se depararam com um gigantesco rombo de US$ 242 milhões nas contas da agência localizada nas Ilhas Cayman, um dos mais notórios paraísos fiscais do mundo.

Nelson Sakagushi, à época diretor financeiro da área internacional por 14 anos, teria maquiado o balanço da agência em Cayman com US$ 190 milhões supostamente nela depositados e os juros incidentes - que, somados, chegam aos US$ 242 milhões.





A fraude foi descoberta apenas em 1998 por causa da auditoria realizada pelo Santander nas contas do Noroeste durante a operação de compra do banco, quando descobriu-se que os US$ 242 milhões não estavam na agência em Cayman.

É justamente a maquiagem do balanço a responsável pelos três processos judiciais relacionados à fraude no banco que a Price responde desde o fim da década de 90 - já que era ela que fazia a auditoria externa dos balanços do banco durante os anos de 1995 a 1998, e que deveria, supostamente, ter percebido o rombo.

Até agora, apenas uma ação judicial foi encerrada. Nela, três auditores da Price foram incluídos entre os réus de um processo por crime contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro, ao lado de Nelson Sakagushi e de outros executivos do banco. A ação penal ainda não foi julgada pela primeira instância da Justiça Federal em São Paulo, mas a defesa da Price - composta por nomes de peso como os criminalistas Márcio Thomaz Bastos e Arnaldo Malheiros Filho - entrou com um habeas corpus pedindo a exclusão dos auditores do processo. Em março deste ano, a quinta turma do STJ julgou o recurso e entendeu que não é possível imputar aos auditores da Price a responsabilidade pela fraude, já que não eram os gestores do banco e nem os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis e também não teriam agido em conluio com os fraudadores.

Em uma outra ação, ainda não julgada, as famílias Cochrane e Simonsen pedem na Justiça que a Price as indenize pela suposta falha na auditoria, que os teria levado a ignorar o desvio do dinheiro do banco em andamento entre 1995 e 1998. O valor atribuído à causa em 1999, quando o processo entrou na Justiça, foi de R$ 300 milhões. Os ex-banqueiros e seus herdeiros já perderam a disputa na primeira e na segunda instâncias da Justiça, e agora o caso depende apenas da decisão da quarta turma do STJ, que deve colocar o recurso em julgamento em breve.

Tanto o processo criminal quanto o pedido de indenização contra a Price são baseados em uma decisão do Banco Central (BC), que multou a auditoria por irregularidades como a não-apuração de discrepâncias entre os saldos dos depósitos do banco em moeda estrangeira e os saldos existentes no passivo da agência em Cayman. Por causa dessa falha, a Price foi multada em R$ 100 mil, somados a outros R$ 100 mil por dificultar a fiscalização. No recurso da Price, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - o Conselhinho - reduziu as multas para apenas uma, no valor de R$ 50 mil. A multa, no entanto, está suspensa desde 2004, quando a Price recorreu à Justiça para anular a penalidade - aplicada por causa de "falhas no desempenho das atribuições próprias de empresa de auditoria" - e conseguiu uma liminar. A ação que pede a anulação da sanção ainda não foi julgada na primeira instância da Justiça Federal de São Paulo.

Procurada pelo Valor, a Price preferiu não se manifestar sobre a ação penal em que saiu vencedora. O advogado Márcio Thomaz Bastos confirmou a decisão favorável à auditoria e afirmou que ela é definitiva - não cabem mais recursos. O advogado Fernando Loeser, que também defende a empresa, afirma que, no caso do pedido de indenização, a primeira e a segunda instâncias já definiram que a Price fez tudo o que deveria fazer na condição de auditora do Noroeste e que a multa imposta pelo Conselhinho foi aplicada porque "a Price conviveu com determinada atuação do banco" - conduta que, segundo Loeser, não estava entre as supostas irregularidades apresentadas no inquérito administrativo do Banco Central.

As três disputas envolvendo a Price no caso do Noroeste são independentes - ou seja, a absolvição dos auditores da empresa no processo criminal não interfere no resultado do pedido de indenização ou do pedido de anulação da multa imposta pelo Conselhinho. Na prática, é muito mais difícil que se obtenha uma condenação por crime do que uma condenação ao pagamento de indenização, já que a exigência de provas para condenar alguém criminalmente é muito maior. No caso de crimes contra o sistema financeiro, como gestão temerária e omissão, para que haja uma condenação é preciso ficar provado que houve intenção em cometê-los. "Nesse caso, o erro não basta para configurar o crime", explica o advogado criminalista Fábio Tofic, que atua em casos que envolvem o sistema financeiro. O mesmo, no entanto, não ocorre com ações de indenização, que independem do chamado dolo - ou intenção de cometer o crime.

Além da Price, outras empresas são alvo de pedidos de indenização pelos ex-controladores do Noroeste. Ao Lloyds Bank e Citibank na Suíça, eles pedem uma indenização de US$ 120 milhões. Isso porque o valor desviado da agência em Cayman passou por contas abertas nos dois bancos para então chegar às mãos de dois nigerianos que supostamente investiriam os valores na construção de um aeroporto na Nigéria - o que, à época, pareceu um bom investimento para Nelson Sakagushi.

Se na Justiça as famílias Cochrane e Simonsen não conseguiram nenhum resultado concreto até agora, ao menos em termos financeiros, fora dela a situação é inversa. Boa parte do dinheiro desviado - mais precisamente US$ 150 milhões - foi recuperada, ainda que US$ 40 milhões tenham sido deixados nas mãos de advogados. Ou seja, US$ 110 milhões já voltaram às mãos dos ex-controladores do Noroeste - que, para cobrir o rombo, acabaram vendendo seu banco pela metade do preço ao Santanter.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Walmart propõe transportar os produtos do fornecedor até sua loja

Chris Burritt, Carol Wolf e Matthew Boyle, Bloomberg Businessweek
02/06/2010

O Walmart, maior grupo varejista do mundo, tornou-se famoso, e às vezes infame, pelo poder que adquiriu diante de seus fornecedores. Com vendas de US$ 408 bilhões no exercício encerrado em 31 de janeiro, a companhia tem muita força para convencer os fabricantes dos produtos vendidos em suas enormes lojas a criar embalagens ecologicamente corretas e tamanhos exclusivos de produtos, além de participar de campanhas conjuntas de propaganda.

Agora, o Walmart também quer ser o motorista dessas empresas. A companhia pretende assumir os serviços de transporte dos fornecedores nos Estados Unidos, num esforço para reduzir os custos nessa área. O Walmart está entrando em contato com todas as fabricantes que fornecem produtos para suas mais de 4 mil lojas nos EUA, e sua rede atacadista Sam's Club, afirma Kelly Abney, vice-presidente de transporte corporativo da Walmart.

O objetivo: conduzir as entregas dos fornecedores em casos em que o Walmart pode fazer o mesmo por menos, e usar o dinheiro economizado para reduzir os preços nas lojas, diz Abney. O Walmart acredita ter escala para transportar de tudo, de rações para animais de estimação a cadeiras de balanço, de uma maneira mais eficiente que as companhias que fabricam esses produtos. "Isso permite aos nossos fornecedores se concentrar no que eles fazem melhor, fabricar produtos para nós", diz ele. "Com custos menores, normalmente se tem vendas maiores".

Os fabricantes compensariam o Walmart com preços menores no atacado para os produtos transportados pela rede. O Walmart não informa quanto pretende economizar. No entanto, em um negócio de margens pequenas como o varejo, até mesmo pequenas eficiências ajudam nos lucros. Em 2009, o Walmart reduziu suas despesas em quase US$ 200 milhões ao agrupar e planejar de maneira mais eficiente sua frota de caminhões nos EUA, como lembra o porta-voz Lorenzo Lopez.

Até agora, os fornecedores vêm fazendo a maior parte das entregas aos centros de distribuição do Walmart. A companhia usa sua frota de 6,5 mil caminhões e 55 mil reboques para transportar as mercadorias dos centros regionais até as lojas. Com o novo programa, o Walmart vai aumentar o uso de veículos de empresas contratadas, além dos seus próprios, para buscar os produtos diretamente nas instalações dos fabricantes.

Isso permitirá ao Walmart transportar mais mercadorias por caminhão e melhorar as taxas de pontualidade das entregas, diz Leon Nicholas, diretor da consultoria Kantar Retail. A Walmart também terá mais força para negociar os preços dos combustíveis, graças aos maiores volumes que vai comprar, diz ele.

Os cortes de preços que o Walmart almeja são, em alguns casos, duas vezes maiores que os custos do transporte de mercadorias, afirmam funcionários de dois fornecedores. Nos dois casos, o Walmart pediu uma redução de 6% nos preços que paga pelos produtos, com base em seus próprios cálculos de custos, enquanto os fornecedores estimaram que as verdadeiras despesas chegam a cerca de 3%.

"Poderá haver uma defasagem quando formos discutir os custos", diz Abney, do Walmart. "Mas trabalhamos de uma maneira colaborativa. Assim que um fornecedor oferece seus dados, quase sempre essas diferenças são resolvidas rapidamente".

Abney diz que o Walmart possui milhares de fornecedores e a rede vem participando de negociações com mais de 100. Alguns fabricantes já transferiram suas entregas e custos associados à varejista, diz.

Um efeito colateral do plano do Walmart é que os fabricantes de produtos de consumo poderão enfrentar custos de transporte maiores nas entregas a outros varejistas, já que perderão economias de escala em suas próprias frotas de entrega, diz Randy Huffman, ex-executivo do Walmart que hoje comanda a GBD 360, consultoria do Arkansas que trabalha com fornecedores de grupos varejistas.

"Com isso, o Walmart retira custos da cadeia de fornecimento em seu benefício, e não de seus concorrentes", diz ele. "Os fornecedores terão que transferir o aumento dos custos dos fretes para outro lugar, de modo que é mais do que provável que eles serão repassados para outros grupos varejistas".

O Walmart está ansioso por reduzir suas despesas depois de ter anunciado em 18 de maio que suas vendas nos EUA, em lojas abertas há pelo menos um ano, caíram pelo quarto trimestre seguido. Mike Duke, que assumiu o cargo de executivo-chefe no ano passado, prometeu em outubro que os custos iriam subir menos que as vendas. Desde então, o Walmart se dedicou mais às despesas com logística, aumentando as negociações para assumir o transporte de mercadorias este ano, diz Abney.

O Walmart também tenta oferecer produtos como cereais e sabão em pó a preços mais em conta para atrair os consumidores. A redução dos custos com transporte abre espaço para isso. A estratégia é parte do que o Walmart chama de "salto de produtividade" - eficiência refletida em preços menores no caixa. (Tradução de Mario Zamarian)